As mídias digitais estão mudando os planos de mídia, isso é um fato.
Para entender a atual revolução digital basta observar a evolução do comportamento social, as transformações por que passamos do feudalismo ao capitalismo, o impacto da Revolução Industrial na sociedade humana; Rever as teorias de Adam Smith e Frederick W. Taylor.
Parece meio piração dos primeiros anos de FEA na PUC-SP, mas não é não.
Se olharmos um pouco para a história e levarmos em conta a grande transformação social ocorrida a partir da Revolução Industrial, fica fácil compreender o atual estado de saturação da massificação.
Na Revolução Industrial: o volume de produção aumentou extraordinariamente, a produção de bens deixou de ser artesanal e passou a ser maquinofaturada; as populações passaram a ter acesso a bens industrializados e deslocaram-se para os centros urbanos em busca de trabalho. As fábricas passaram a concentrar centenas de trabalhadores, que vendiam a sua força de trabalho em troca de um salário.
A Revolução Industrial alterou completamente a maneira de viver das populações dos países que se industrializaram. As cidades atraíram os camponeses e artesãos, e se tornaram cada vez maiores e mais importantes.
O trabalho do operário era muito diferente do trabalho do camponês: tarefas monótonas e repetitivas. A vida na cidade moderna significava mudanças incessantes.
A cada instante, surgiam novas máquinas, novos produtos, novos gostos, novas modas.
Assim chegamos à era do consumismo, a era da produção das massas para as massas.
É de Henry Ford, fundador da Ford Motor Company e primeiro empresário a aplicar a montagem em série de forma a produzir automóveis em massa, a célebre frase: “O cliente pode ter o carro da cor que quiser, contanto que seja preto”
Ao compreender essa evolução, a proliferação de empresas e produtos a reboque da explosão demográfica mundial e, posteriormente, o desenvolvimento tecnológico aplicado a produção na busca de maior produtividade e menores custos afetando o equilíbrio entre oferta e demanda, chegamos a um grau de competitividade empresarial onde: atender novos consumidores com necessidades específicas e únicas deixou de ser uma tendência para se tornar uma questão de sobrevivência.
A massificação do conteúdo midiático seguiu os mesmos moldes da revolução industrial, muitos canais de comunicação, mas com pouco conteúdo, seguindo os mesmos padrões de produção em massa. De maneira impressionante podemos navegar por uma centena de canais de TV, sem nada encontrar.
É nesse cenário que as mídias digitais vêm ganhando força, não só pela infinidade de opções que graças aos buscadores podem ser selecionadas por interesse, mas, principalmente, pela liberdade e proliferação de conteúdo sob demanda.
Da mesma maneira que os camponeses migraram para as cidades, a nova sociedade digital migra para a internet. Os futuros consumidores de diversas empresas, muitas vezes chamados de “essa nova galerinha”, descobriram no controle remoto da TV um botão muito interessante, o do Power, e não é para ligar a TV, e sim para desligar.
Entre iPhone, iPod, iTunes, MP3, MP4, MP5…, Games, Internet, YouTube, Orkut, Skype, MSN, entre outras opções, para desespero dos mídias e dos anunciantes, essa galera não tem feito muito uso das mídias convencionais. Querem conteúdo e não encheção; e o que é pior, para a hora que julgarem mais conveniente, e não na hora da sua programação.
Hoje, não questionamos mais o impacto do digital no plano de mídia, isso já é coisa do passado. A questão agora é o impacto do digital nos planos de marketing e de comunicação.