Nativos digitais, ligados a tudo, conectados a nada e com alto déficit de atenção.
Pesquisadores buscavam descobrir o segredo da capacidade atribuída aos nativos digitais, em fazer várias tarefas ao mesmo tempo (prática conhecida como ‘multitasking’ em inglês) em mídias, mas descobriram, em vez disso, uma ampla incompetência.
“Quem faz muita coisa ao mesmo tempo, como assistir ao YouTube, escrever um email e falar ao telefone, não faz nenhuma dessas coisas muito bem, segundo relatório da Universidade de Stanford divulgado nesta segunda-feira 24/09/2009.”
“Pessoas que fazem muito multitasking são muitos ruins em multitasking … Quanto mais você faz, pior você fica”, disse o professor de comunicações de Stanford Clifford Nass.
“Multitaskers’ compulsivos têm mais problemas para focar sua atenção, organizar informações e trocar de tarefas rapidamente, escreveram os pesquisadores da universidade.”
Após fazer testes com cerca de 100 estudantes da universidade, os cientistas concluíram que ‘multitaskers’ de mídia crônicos têm dificuldade para focar em uma coisa só e não conseguem ignorar informações irrelevantes.
Nass afirmou que a prática está se espalhando cada vez mais –alguns empregos exigem que trabalhadores mantenham uma janela de mensagens instantâneas sempre aberta– e os cientistas ficaram surpresos com os resultados da pesquisa.
“Sabíamos que o multitasking era difícil do ponto de vista cognitivo. Pensamos ‘Que tipo de habilidade especial é essa que as pessoas têm que permite que façam mil coisas ao mesmo tempo?’ … Ao invés de descobrir coisas que estavam fazendo melhor, descobrimos coisas que estavam fazendo pior”, disse o professor de sistemas simbólica da Universidade de Standford Eyal Ophir.
Veja matéria da Reuters. (Reportagem de Clare Baldwin)
Pois é, mais um desafio para o planejamento de comunicação.
2 Comentários
Esse tipo de reportagem truncada costuma distorcer bastante pesquisas e estudos mais aprofundados.
Uma ótima leitura sobre este tema é o livro “Grown Up Digital”, de Don Tapscott.
Cesar concordo em parte. A atenção em dispersão é realmente um dos desafios. O jovem hoje não mais bebe com foco hipnótico as mensagens publicitárias.
Mas, se de um lado é dificil fazer 4 coisas ao mesmo tempo, a fluência nos instrumentos digitais pode levar o nativo digital a rapidamente fazer cada uma delas – do seu jeito e a seu tempo. E isso não se pode desprezar.
A conclusão desse professor refere-se aos ‘dispersivos crônicos’ – e a mesma Stanford tem outros estudos que traçam um perfil de crianças e jovens que estão se tornando mais inteligentes e preparados.
Esse também é um outro desafio.