Redes sociais funcionam, vieram pra ficar e, existem há mais de 30 anos. Só mudou a plataforma. Quer ver?
“Alguém em QAP…. (QAP significa estar na escuta)
Toledo: QAP Cesar.
Cesar: E ai, já falou com todo mundo, marcou?
Toledo: já. 23h00 na frente do La Sorella QSL? (QSL significa “entendido”)
Cesar: ok QSL, estou indo pra lá
Toledo: não vou com meu carro, passa aqui e me pega ok?
Cesar: “ok, até logo mais”.
O “PX” foi uma febre no final dos anos 70 e início da década de 80, fazia exatamente o que as redes sociais baseadas na web se propõem a fazer nos dias de hoje, unir pessoas através de uma rede de compartilhamento e participação.
Era uma época onde não tínhamos celulares ou computadores, no máximo saquinhos de fichas telefônicas para ligar pra casa e ver se alguém tinha ligado ou deixado algum recado.
Com licenças de radioamador para PX e PY, tínhamos nossas redes. Nosso canal era o 11 e juntava toda a galera do Itaim e da Vila Olímpia.
Tinha outra galera no Brooklin que usavam o canal 7 e uma moçada lá pros lados da Augusta e Faria Lima que ficavam em outros canais.
Na curva da Iguatemi tinha a Roadstar, Casa do Radio Amador, local onde podíamos encontrar algumas pessoas de outros grupos da cidade. Algo parecido com um Congresso de Web, rsrs.
Os rádios instalados com sistema de gaveta nos carros também eram ligados em casa com transformadores e antenas fixas que eram mais potentes.
Tudo funcionava de maneira perfeita, quando eu saia da facu (PUC nas Perdizes) ligava meu PX que tinha um ganho a mais de potência feito por um colega eng. eletrônico. De lá, já conseguia falar com parte de meus amigos que estivessem em uma base fixa (em casa) com antenas melhores e amplificadores de potência.
Era meio assim, das Perdizes eu não conseguia ouvir meus colegas que estavam em seus carros, mas dava pra falar com o Toledinho em sua estação fixa com uma pequena bota de 5 kg (equipamento para aumento de potência odiado pela vizinhança, e proibido pelo DENTEL), aliás, acho que São Paulo inteiro escutava o Toledo.
Qual a semelhança ou equivalência entre essas redes? Vou dar alguns exemplos:
1 – O rádio PX unia um grande grupo de amigos. As redes sociais via web também.
2 – Todos tinham algum interesse em comum. Nas redes sociais via web também.
3 – Todos se conheciam pessoalmente. Em muitas das redes sociais de sucesso também; ou se conhecem antes de formar a rede, ou depois.
Observe que toda grande plataforma para redes sociais via web, são formadas, na verdade, por inúmeras pequenas redes de amigos como o Orkut, Facebook, Linkedin, Myspace e por aí a fora.
4 – O PX nos aproximava no meio da semana, quando não estávamos juntos de maneira presencial, todo mundo ficava com os rádios ligados à noite. Nas redes via web, igualzinho, é você à noite, em casa, na net, lendo e mandando recados; isso se não estiver online no gmail, MSN, Facebook, Orkut, etc.
Poderia ficar uma noite inteira mostrando as semelhanças entre a geração PX e as novas gerações baseadas em redes sociais via web, mas não é o objetivo aqui.
O que deve ser considerado:
1. Redes sociais não são um fenômeno pós-web, existem há mais de 30 anos embora em outras plataformas: PXs, BBSs, ICQ, etc.
2. Tem o poder de unir pessoas em torno de interesses comuns.
3. Tem grande relevância na vida das pessoas.
4. O sucesso está baseado na ambiência que a rede oferece.
5. Não são um modismo (fato passageiro) já deixaram de ser uma tendência e pelo tempo que estão presentes devem ser consideradas como uma mega-tendência.
E ai? Ainda acha que as redes sociais não funcionam?
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