01/11/2008

Mídias digitais e os dinossauros da Internet

Por vezes me vejo lendo matérias de alguns supostos pioneiros da Internet, algumas pessoas que se dizem dinossauros do assunto. O termo é muito curioso “dinossauro” então resolvi rever minha própria cronologia e acabei colocando aqui a foto do tataravô do dinossauro.

Me formei em sistemas pela Kyoei Facom em 1979, na época só mainframe e tome Cobol, Fortran e Assembler; entrada de dados só via cartão, nada de teclado; não existiam microcomputadores; lembro da chegada dos primeiros micros em São Paulo, da reserva de mercado e da chegada da Prológica; do aparecimento do XT; da planilha de cálculos VisiCalc, pai do Lótus 123 e avô do Excel, acreditem, trabalhei com VisiCalc. E a chegada do windows, do mouse, que loucura.

Fiz parte da equipe que em 1985 lançou no Brasil o projeto pioneiro em processamento on-line real time, em parceria com a Burroughs, atual Unisys, funcionava com LPs de dados; as vezes com linhas discadas e modens Elebra de 2400bps.

Em 1997 meu primeiro web-site para um cliente, usávamos apenas linhas discadas e a coisa era tão lenta que você teclava o Enter e ia tomar um café, a comunicação não era medida em tempo de resposta, era prazo de entrega.

Nessa época a gente aprendia que a diferença entre Software e Hardware era o seguinte: Software é o que você xinga e Hardware é o que você chuta, parece tosco, mas era assim.

Outro dia mostrei a um garoto de 14 anos uma máquina de datilografia, ele achou irado, você digita e já vai saindo impresso.

Fico feliz em ter vivenciado toda essa evolução, por isso sou um apaixonado por novas tecnologias e pelas atuais e futuras mídias digitas.

24/10/2008

Finalmente algo de novo no MaxiMídia

Nizan x Fábio Fernandes no MaxiMídia

Pra quem não teve a oportunidade de assistir ao diálogo inflamado entre Nizan e Fábio Fernandes, já que o YouTube censurou o vídeo a pedido do Meio & Mensagem, tem aqui dois links para conferir um pouco do que aconteceu.

Fotos MaxiMídia

Imagem do Link censurado para quem não acredita que o Meio & Mensagem seria capaz de fazer isso em tempos de democracia, se der tempo, antes que saia do ar e quiser conferir.

Crise econômica revela posições divergentes na propaganda e Agências do primeiro escalão entram em confronto quanto ao negócio, postura e visão.

E o link com o filme, aproveitem enquanto ainda está no ar.

24/10/2008

Bússolas que apontam para o norte

Essa peça criada para o Golf da Wolks é bem antiga, nem lembro mais a história dela; foi feita por uma agência da Ásia, se não me engano, premiada em Cannes 2003 ou 2004, não lembro bem, mas é o tipo de peça que a gente guarda.

Quando, na minha condição de consumidor me deparo com estranhas mensagens publicitárias, de gosto pra lá de duvidoso, me pergunto: Por que uma agência tão grande faz uma campanha tão medíocre? Por que um produto tão conceituado tem tamanho desleixo com a sua comunicação? Qual é mesmo a minha profissão? Qual a sua essência?

Quando percebo que uma maioria disforme invade a comunicação, recorro a antigos arquivos que guardam um pouco de tudo que acho genial, como a peça acima.

Uma bussola para não perder o rumo, para sempre lembrar que na propaganda planejamento e criatividade são fundamentais.

18/10/2008

Planejamento de mídia on-line ou off-line?

Quando o bixo pega, só mesmo bala de canhão

Taí as montadoras que não me deixam mentir.

Embora eu seja um entusiasta das mídias digitais, sempre recomendo aos meus alunos prudência e bom senso na hora de definir estratégias de comunicação e a escolha do peso entre as plataformas on-line e off-line.

Já ouvi diversos entusiastas defendendo maior peso para as mídias digitais nas verbas de montadoras; hot-sites, móbile marketing, bluetooth zone e mais um montão de ferramentas, inclusive, com lançamento de carro exclusivamente no on-line.

Vejo alguns profissionais citando ações que eu considero de pequeno porte e alcance, embora de alto custo, como grandes cases, é só abrir a mídia especializada e ta lá, alguém falando um monte sobre sua grande ação. Sem problemas, quando a demanda é bem maior que a oferta e têm fila de espera na loja, tudo fica fácil.

A questão é: funciona? Depende.

Nascido em uma montadora, mais precisamente na Ford do Brasil S/A onde comecei minha carreira, sei bem o que é um pátio vazio ou lotado. Pátio vazio e fila na loja sempre foi sinônimo de festa, ai, tudo pode, tudo é belo.

Mas neste momento em que a GM e Fiat anunciam férias coletivas a 10 mil trabalhadores – veja matéria – AE- Agência Estado – e que as concessionárias contabilizam mais de 1 milhão de semi-novos encalhados em seus estoques, matéria de hoje no Estadão.com – só mesmo o poder das grandes mídias de massa para atingir os objetivos necessários e com alto grau de assertividade.

É nessa hora que experientes diretores de marketing e de comunicação, não colocam suas carreiras em risco e tudo que era belo perde força para a boa e velha telinha de TV.

Estou nesse momento on-line, é claro, não saio do computador, mas com a TV ligada na Globo e o que eu não via a um bom tempo apareceu hoje como uma enxurrada. Das 19h30 até agora, 23h30, só deu Montadora, vi de tudo, em todos os breaks e sem exceção, da Fantástica Fábrica Wolks de portas abertas, passando por Mega venda Fiat, Ford, Honda, Peugeot, etc, etc, e etc. tem até feirão de fábrica de moto, no caso da Sundown, todo mundo na telinha, no mesmo dia, ao mesmo tempo.

É isso ai, na hora que o bicho pega todos correm para a força do off-line e, tome TV, talvez esquecendo um pouco da mídia on-line.

Como sempre digo a todos, amo o digital, admiro seu poder, me entusiasmo com suas possibilidades, mas como planejador, nada de fanatismo. Ninguém é tudo, e a integração será cada vez mais, o melhor caminho.

Cesar Pallares

11/10/2008

Em um mundo digital e globalizado, tolerância acima de tudo.

O avanço das tecnologias da comunicação e a massificação da internet contribuem com a árdua missão humana em globalizar os povos e suas culturas, disseminando o respeitando às diversidades.

A internet tem esse importante papel e cabe aos homens de bom senso e de boa vontade, fazer o uso correto dessa ferramenta em benefício da humanização.

O poder já não está mais na mão de poucos, se necessário for, estaremos unidos.

Um planeta cada vez mais humanizado sempre é a melhor opção para todos, ou seja, quanto mais a ciência avança, mais me aproximo de Deus. Interessante, não?

Este vídeo, independente de quem o produziu, traz uma mensagem que deveria ser seguida por todos.

Cesar Pallares

11/10/2008

Vendemos o que nossos clientes desejam?

“Já foi o tempo em que as pessoas compravam sapatos para manter os pés secos e aquecidos.

Elas compram sapatos em função do modo como eles as fazem sentir-se masculinas, femininas, vigorosas, diferentes, sofisticadas, jovens, na moda.

Agora o nosso negócio é vender emoção, em vez de sapatos.”

Francis C. Rooney

04/10/2008

Mídias digitais, comunicação integrada e o mercado publicitário.

 

Tenho dedicado um tempo significativo à pesquisa da evolução das mídias digitais, sua inquestionável importância na comunicação das Marcas e seu impacto no negócio publicitário.

Do ponto de vista comercial, isso tudo tem sido muito divertido.

Ergueu-se um grande muro entre as agências de propaganda. De um lado, sou só digital; de outro, digital não tem relevância; no centro, salvo exceções, uma minoria atirando para todos os lados sem critério ou técnica.

Do meu ponto de vista, o que devemos considerar, é histórico. As novas mídias digitais são novas, mas o processo já bem antigo, basta observar a história.

No passado, a cultura era disseminada por: artistas plásticos, músicos da corte, bufões e teatros da corte e da rua. O surgimento da imprensa que acelerou a comunicação às massas não afetou as antigas expressões, o cinema uma grande revolução, o rádio prometia acabar com o cinema e a TV prometia acabar com os dois, os Videocassetes iriam acabar com a TV e nessa diversidade ainda temos os DVDs, o walkman, o MP3, MP4, MPetc. e games prometendo acabar com todo mundo e, por fim, o grande vilão, a internet, isso se não esqueci de alguém.

Mais uma vez, do meu ponto de vista temos apenas uma fragmentação das audiências. O que torna essa discussão interessante é a relação (Alcance + Remuneração – na defesa dos 20%) x (Audiência + Tempo de Exposição).

A mídia de massa como a TV, tem o poder de alto alcance em diversos públicos, mas qual o tempo de exposição à mensagem?

Mídias digitais são mais fragmentadas, menores audiências, mas, campanhas bem elaboradas trazem um maior tempo de exposição e uma maior interação entre público e Marca.

Quanto custa você expor seu target a 15 minutos de mensagem se a sua munição tem apenas 30 segundos? Qual o custo de tudo isso?

O que não é mais um ponto de vista, e sim um fato, são as campanhas híbridas que temos desenvolvido, com custos significativamente compensadores e resultados surpreendentes.

Como planejador, vejo na evolução das mídias digitais e na interação e convergência das mídias, uma revolução de novos e poderosos caminhos integradores, quanto mais o mercado se fragmenta, mais você integra, essa é a mágica.

Em minha palestra na facul, procurei inicialmente, explanar as tendências comportamentais e a fragmentação das audiências para depois, fazer uma grande abordagem e reflexão sobre as novas e inúmeras alternativas de mídias digitais.

Web 2.0: formatos, métricas, experiências, resultados, tendências, buscadores, marketing de otimização de busca, sites 2.0, comunidades, redes sociais, blogs, blogosfera, tv digital, humanização, imediatismo, comportamentos, etc. Foi uma enxurrada, mas valeu a pena.

Não me recordo de ter visto nosso auditório tão lotado e com tanta atenção; em parte tudo bem, meus alunos, mas um montão de pessoas que eu não conhecia.

Foi um prazer, uma honra e uma grande satisfação ter estado com todos vocês.

E para quem curtiu, estou deixando os links dos filmes que foram apresentados.

Epic 2014 Did you know 2.0 Gorila Nike Plus

Web 2.0 – legendado

Sou muito grato a todos que estiveram presentes e espero que minha palestra tenha servido de base para novas investigações digitais por parte de todos vocês.

Prof. Cesar Pallares – Especialista em planejamento de marketing e comportamento.

02/10/2008

Ilustração na propaganda

Sabe aquela peça impressa que você olha, olha e olha mais um pouco e, quanto mais olha mais encantado fica? Quando me vejo nessa situação, na grande maioria das vezes, estou diante da arte de um ilustrador.

Quando comecei na propaganda convivi com um diretor de arte que tinha o talento nas mãos. Canetinhas, lápis, giz de cera e pronto, o cara pegava a idéia e dava vida à campanha, era difícil o cliente não se apaixonar, fechava negócios com um raff (rough) feito à mão.

Por conta dessa paixão, pedi ao meu amigo Rafael Quito, diretor de arte e ilustrador que também faz parte desse seleto grupo de talentos, a imagem do avião que ilustra meu blog e o aviador desse post, vale a pena conferir o blog dele.

Aproveitando este assunto, deixei o link do Behance Network no “Não deixe de ver” onde tem coisas maravilhosas de centenas de artista em uma infinidade de categorias, não da pra perder, acesse e selecione “ilustração” de onde tirei essas outras duas ilustrações do artista Denis Zilbre`s

Cesar Pallares

28/09/2008

hotshop – um novo conceito em agência de propaganda

Pequenas, novas e ágeis, as hotshops são agências de propaganda que pipocam pelo mundo com um novo conceito no atendimento a clientes.

Focadas na criatividade, essas empresas e suas estruturas enxutas beneficiam a integração de seus profissionais na busca de soluções criativas para seus clientes.

São responsáveis por diversos trabalhos inovadores que muitas vezes passam a direcionar campanhas que serão produzidas mundialmente pelas grandes agências que atendem a esses clientes, veja o caso da argentina Santo em matéria do Portal da Propaganda

A palavra chave para essas agências é a “idéia”, nada substitui a grande idéia, a sacada que faz a diferença e que muitas vezes são materializadas em projetos especiais com aplicação em diversas plataformas.

Na lista das pequenas notáveis, encontramos agências como: a própria Santo, a Taxi, Naked, Anomaly entre outras.

No MM online tem um tipo de blog chamado Diário de Bordo, com matérias produzidas por Regina Augusto com um relato de sua visita às doze agências mais quentes do planeta e que vale a pena conferir neste link

Cesar Pallares


23/09/2008

Queda na audiência da telinha.

Sinal dos tempos?

Em matéria de Ricardo Feltrin, colunista do UOL, (veja a matéria) relato sobre o desempenho das novelas da Globo apurado pelo IBOPE e que vem tirando o sono não só da emissora, diria eu, mas também dos profissionais de comunicação que tem a preocupação em planejar mídias que tenham o alcance desejado de seus anunciantes.

Parece que nosso mercado vem mudando, muito, e em uma velocidade impressionante.

Cesar Pallares

20/11/2007

Quando o tempo não anda a seu favor

A falência do relógio – 04/2006

Palestrando para pouco mais de 200 estudantes, sobre um tema que muito me agrada “Visão Estratégica x Visão Míope”, pois, segundo Drucker, “talvez esta seja a mais importante causa do fracasso das empresas”, falávamos sobre a falência de diversos produtos.

Lembramos da extinção das enceradeiras para lustrar chão, das máquinas de escrever Remington, Olivetti, dos carburadores Weber, e do gigantesco filão de filmes para máquinas fotográficas que sem mais, desapareceu.

Mas, ao que me detive desta vez não foi quanto ao formato e sim quanto à velocidade. Atualmente, vemos a Varig agonizar em busca de uma solução que teima em não aparecer.

Da liderança de mercado com uma invejável imagem de marca à bancarrota em apenas dois anos.

Muitos culpam seu conselho administrativo embora este seja apenas mais um efeito indesejável e não a causa raiz.

O formato do fracasso se repete, a Visão Estratégica está focada no benefício de um produto enquanto a Visão Míope foca o produto ou serviço da empresa e seus atributos. Como já dizia um velho mestre “Veja seu produto em quatro níveis – O Benefício Núcleo, e as Percepções Genérica, Tangível e Ampliada. Mas nunca tire os olhos do Benefício Núcleo”.

A entrada da Gol Linhas Aéreas com foco neste Benefício (Transporte rápido) e baixo custo, deu à TAM a liderança de mercado e empurrou a Varig para o buraco.

O mais desesperador é a falência não anunciada; aquele momento em que a empresa não vê que seu negócio está acabando e, às vezes, em uma velocidade assustadora.

Os sintomas são clássicos, no passado a empresa crescia, hoje tem dificuldades para atingir suas metas, acredita que seja uma condição de mercado global sem ver que mercados crescem enquanto o seu desaparece.

Como se vê, quem não permanece atento e vigilante, acaba perdendo mercado e um dia, quando acorda, pode ser tarde demais.

Uma pesquisa realizada recentemente nos Estados Unidos, concluiu que cerca de 62% dos jovens americanos nunca usou e nem pretende usar um relógio de pulso, enquanto 86% dos americanos não pretendem comprar um relógio nos próximos seis meses.

Junto a estes jovens, a quem proferi a palestra, também pude concluir que para boa parte desta nova geração o relógio de pulso além de desnecessário e incomodo, chega a ser até meio brega; relógios como Tag e Rolex, antigos sinônimos de status, podem se tornar peças de museu. Muitos nem mesmo sabem por que usam relógios no braço esquerdo, devemos isso a Santos Dumont que ao inventar tal peça, ou seja, ao adaptar o antigo relógio de bolso para o pulso, passou a usá-lo no braço esquerdo para poder lhe dar corda com a mão direita.

Já faz muito tempo que não damos corda em relógios e eles ainda estão no mesmo lugar de antigamente.

Finalmente pude concluir que: Ou os relógios de pulso passam a incorporar os celulares e outras funções ou, serei obrigado a abandonar tal peça antes que esta nova geração passe a me chamar de Tio.

Um produto que embora presente em nosso cotidiano, está escorregando pelos dedos dos fabricantes.

Cesar Pallares – Especialista em marketing estratégico e comportamento